M. é um homem comum, e vemos sua vida cotidiana enquanto ele vagueia pela cidade. Mas também é “um padre reacionário, um sobrevivente da direita”, como bem o descreveu David Oubiña – alguém que é “rejeitado por todos”. Podemos vê-lo não como indivíduo ou como psicólogo, mas como “um caso que lança luz sobre contextos”, segundo o próprio Cozarinsky. Embora o filme compartilhe o espírito com outros filmes da chamada cena underground argentina do final dos anos 60 e início dos anos 70 que abriram caminho para as carreiras de Fischerman, Bejo, Ludueña e Filippelli, Dot Dot Dot apresenta uma figura que fascinou e marcou os filmes posteriores de Cozarinsky: um personagem que se incomoda em viver em seu próprio tempo.A combinação de uma trama ficcional mais dispersiva do que errática equivale a materiais e discursos também heterogêneos. É um filme que o tempo concedeu com visibilidade e influência inesperadas.
Este filme escrito, produzido e dirigido por Cozarinsky em 1971 nunca foi lançado comercialmente. Foram poucas as estampas, que hoje estão perdidas ou em mau estado de conservação. O negativo original foi resgatado pela Fundação Cinemateca Argentina após o fechamento dos laboratórios onde estavam depositados. Cozarinsky o transferiu para a França e o depositou no
Cinemateca Francesa. Em 2011 o negativo foi importado temporariamente para Buenos Aires para obter uma nova impressão 35mm que foi processada por Alberto Acevedo e Walter Ríos, sob a supervisão de Cozarinsky. Esta recuperação foi produzida por Fernando Martín Peña, com a colaboração de Malba – Fundación Costantini e Cinecolor.
5,49 GB | 1h 16m | 1920×1080 | MKV
Idioma(s):Espanhol
Legendas:Inglês